domingo, 23 de novembro de 2008

Para concluir...

De acordo com os estudos realizados durante o projeto, foi possível destacar cinco problemas os quais se evidenciaram na maioria das bibliografias consultados, tais como:
- Impedimento de uma melhor formação profissional;
- Transtornos emocionais e familiares;
- Dificuldade de adaptação social;
- Abandono da escola;
- A gravidez precoce afeta na estrutura da personalidade da adolescente, como também da estrutura do corpo da jovem.

Sobre o impedimento de uma melhor formação profissional, muitos autores relataram que este impedimento está relacionado com o abandono da escola, dos estudos, pois a adolescente que engravida, frequentemente deixa os estudos de alado por causa da vergonha, do medo da reação dos colegas, por sentir algum sintoma de desconforto decorrente da gravidez, entre outros tantos motivos. Ao deixar de freqüentar a escola, seja por uma interrupção temporária ou definitiva, a adolescente grávida, que está em um momento de formação escolar e de preparação para o mundo de trabalho, deixa de se interessar pelos estudos e se volta para a sua gravidez e a criação do filho; porém, boa parte destas jovens, não pensam no amanhã, e quando o bebe nasce? Como vai sustentar? Como vai criar seu filho? Que condições terá para dar um desenvolvimento saudável para seu filho?
Muitas destas jovens delegam esta função somente ao pai da criança, mas não pensam na possibilidade de vir ajudar financeiramente na criação do filho, dando uma ida melhor, com mais qualidade; outras pensam nesta questão, após o nascimento, percebendo que não possuem nenhuma preparação para o mercado de trabalho, e consequentemente, terão pouquíssimas chances de trabalho, e aquelas que conseguem, não vêem perspectiva de crescimento, pois não possuem escolaridade suficiente para ocupar um cargo acima. Muitas destas jovens acabam se acomodando neste lugar, já outras buscam superar as dificuldades e com muita determinação conseguem contornar essa realidade.
Subseqüente a estas questões, estão a dificuldade de adaptação social desta adolescente que engravida precocemente, e que sentindo vergonha e medo da reação das pessoas e dos colegas, se exclui do contato escolar e social, onde após o nascimento do seu filho, se vê jogada na “cova dos leões”, com muitas responsabilidades, compromissos e uma grande “culpa” de carregar um rótulo de inconseqüente, irresponsável, e que agora terá que enfrentar seus medos, seus estigmas, pois sabe que tem alguém que depende dela. Muitos destes rótulos são colocados nas jovens pelos seus pais, quando dizem: “ Não esperava isso de você!”, ou “Problema seu, agora vai ter que assumir!”; acarretando assim, tanto transtornos familiares quanto emocionais, que podem ocasionar uma profunda depressão antes e depois do parto, e até mesmo um aborto, que pode ocasionar risco de vida para a jovem.
Além destes problemas destacadas anteriormente, há também aqueles de ordem psíquica e biológica como: a estrutura da personalidade e o desenvolvimento do corpo. Como somos leigos neste assunto, só iremos repassar as informações obtidas. De acordo com a estruturação da personalidade da jovem grávida citamos: “Dada sua imaturidade e labilidade emocional podem ocorrer importantes alterações psicológicas, gerando extrema dificuldade em adaptar-se à sua nova condição, exarcebando sentimentos que já estavam presentes antes da gravidez, como ansiedade, depressão e hostilidade (Friedman & Phillips, 1981). As taxas de suicídio nas adolescentes grávidas são mais elevadas em relação às não grávidas (Foster & Miller, 1980; Hechtman, 1989), principalmente nas jovens grávidas solteiras (Cabrera, 1995).”; quanto a estrutura corporal, “A inundação hormonal da gestação promoverá soldadura precoce das epifíses naquelas adolescentes que engravidaram antes de ter completado seu crescimento biológico, podendo ter portanto, prejuízo na estatura final.” (Vitalle, Amâncio).
De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde/1977,1978), “considera a gravidez na adolescência como de alto risco, devido às repercussões sobre a saúde da mãe (seu corpo ainda não está formado adequadamente para a maternidade) e do bebê (sofre a influência da imaturidade física e psíquica da mãe).” (Silva).
Concluímos então que a “A gravidez na adolescência geralmente traz conseqüências graves, uma vez que a adolescente interrompe seu desenvolvimento global, desorganiza totalmente sua vida, acarretando problemas psicossociais desastrosos.” (Pelloso, Carvalho e Valsecchi).


Para pensar:
“A Organização Panamericana de Saúde atribui o aumento do número de filhos de mães menores de 20 anos de idade ao fato de que ‘o conhecimento sobre a relação sexual livre se difunde mais rapidamente entre os adolescentes, que o conhecimento sobre os efeitos biológicos e psicológicos adversos da gravidez nessa idade, tanto para a mãe quanto para o filho’". (Vitalle, Amâncio).

Referências Consultadas:
Moraes, Rosalina Rocha Araújo. Gravidez na adolescência. Disponível em: http://www.infoescola.com/sexualidade/gravidez-na-adolescencia/. Acesso: 19 Nov. 2008.

Pelloso, Sandra; Carvalho, Maria Dalva; Valsecchi, Elizabeth. O vivencar da gravidez na adolescência. Disponível em: http://www.periodicos.uem.br/ojs/index.php/ActaSciHealthSci/article/viewFile/2508/1677 . Acesso: 27 Out. 2008.

Silva, Denise P. Bueno da. Gravidez na adolescência. Disponível em: http://www.linkdobebe.com.br/temas/gestacaoadolecencia.htm . Acesso em: 19 Nov. 2008.

Souza, Claudecy de. Gravidez na adolescência. Disponível em: http://www.aborto.com.br/gravidez_adolescencia/index.htm . Acesso: 19 Nov. 2008.

Vitalle, Maria Sylvia de Souza; Amancio, Olga Maria Silvério. Gravidez na Adolescência. Disponível em: http://www.brazilpednews.org.br/set2001/bnpar101.htm . Acesso: 19 Nov. 2008.

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